A CP vai suprimir o serviço regional de comboios no ramal de Cáceres, no distrito de Portalegre, já a partir de 1 de Fevereiro.
Em causa, segundo a empresa, está a pouca procura por parte dos passageiros. Em simultâneo, corre uma petição promovida pelo Grupo de Amigos da Ferrovia Norte Alentejana (GAFNA) para melhoramento e manutenção do serviço.
De acordo com a CP, esta medida "é uma questão de racionalidade de serviços e de sustentabilidade económica da empresa", visto que, segundo os dados da administração, a média de procura é de "três passageiros por comboio".
O ramal de Cáceres liga as estações de Torre das Vargens, Ponte de Sor, a Beirã, no concelho de Marvão, fazendo depois a ligação internacional à Extremadura espanhola, e passará a contar apenas com as ligações internacionais e inter-regionais.
A medida já era esperada há alguns meses na região, mas ontem veio a confirmação, e as vozes críticas já se fazem ouvir "O GAFNA vai apresentar a petição e quer pressionar o Governo para que perceba que o Norte Alentejano está a caminhar para um isolamento cada vez maior, com o encerramento do serviço regional do ramal de Cáceres", defende Paulo Fonseca, responsável pelo GAFNA. O movimento já recolheu centenas de assinaturas.
Feliciano, fumador de Badajoz (Espanha), prefere almoçar num restaurante de Elvas, não só por apreciar a gastronomia portuguesa, mas também por a nova lei do tabaco no seu país ter sido "levada ao extremo".
Desde o início do ano, quando entrou em vigor a nova lei anti-tabaco em Espanha, que muitos espanhóis optam por deslocar-se até aos restaurantes portugueses, na zona fronteiriça, que têm salas para fumadores.
"Eu e a minha família sempre apreciámos a gastronomia portuguesa e, agora, como é proibido fumar nos restaurantes em Espanha, é mais um motivo para vir a Portugal", diz Feliciano.
O impacto da nova legislação espanhola antitabaco sente-se, especialmente, no setor da restauração e hotelaria, onde ainda era possível fumar, se assim o decidissem espaços com menos de 200 metros quadrados ou com zonas divididas para fumadores e não fumadores.
"Eu acho bem que seja proibido fumar nos sítios públicos, porque assim não se faz mal a quem não fuma, mas proibir em todo o lado é um exagero", defende Feliciano.